27.11.13

Por Detrás das Sombras #7


Por Detrás das Sombras #7

De pois daquele beijo fiquei sem reacção. E nos poucos segundos em que a recuperei tentei afastar-me, mas ele não deixou e voltou a abraçar-me como da última vez.

 - O que estás a fazer? – Perguntei.

- A fazer a única coisa que posso, proteger-te. – Respondeu sorrindo ainda mais.

Segurou-me nos seus braços ainda com mais força. Era impossível conseguir sair dali. Não sabia o que fazer depois daquilo. “Porque tinha de me acontecer tudo aquilo?”- Era o que pensava enquanto tentar ignorar o facto de estar entre os braços de Rin, que ainda estava na sua forma humana, e que não era assim tão mau estar ali.

- O que era aquela coisa que me atacou? – Perguntei sem mais nem menos.

- É um neckros, andam sempre nas sombras e alimentam-se das memórias dos humanos, e quando as memórias acabam alimentam-se do seu sangue. Por isso, não voltes a fugir por aquela porta. Posso não estar aqui para te proteger novamente. – Disse ele enquanto o sorriso no seu rosto se desvanecia. – Eu também sou um deles.

- O quê? – Perguntei enquanto tentava sair dali aterrorizada. – Larga-me.

O esforço foi inútil. Era impossível conseguir mover os seus braços.

- Eu não te vou fazer mal. – Sussurrou enquanto me acariciava a cabeça. – Eu vou proteger-te.

Aquelas palavras e aquele gesto meteram-me a chorar e muito mais confusa do que já estava. O que seria aquilo que estava a sentir? Tinha de arranjar maneira de me afastar.

- Preciso de um banho. – Era a única desculpa que tinha arranjado para me afastar.

- Então vou ter de te mudar as ligaduras. – Respondeu. – E com essas feridas vais precisar de ajuda. – O seu sorriso voltara.

- O quê? Mas… eu… - Corei imediatamente afastando-me finalmente.

- Tem de ser. – Afirmou.

Aquele sorriso começava a irritar-me.

Rin levantou-se e foi buscar o que era necessário para que não entrasse água na minha ferida, que ainda estava em muito mau estado.

Despiu-me a camisola e retirou-me as ligaduras velhas. Trocar as ligaduras era sempre um processo muito doloroso para mim, aquela mistura de ervas ardia muito quando entrava em contacto com a lesão. Após a troca de ligaduras, Rin cobriu-me com a camisa novamente e foi preparar o banho. O ardor demorava alguns minutos a passar.

Pouco depois ele volta para o quarto. O banho estava pronto. Como ainda era difícil para mim conseguir movimentar-me, ele ajudou-me a despir, deixando apenas a roupa intima. Depois levou-me para uma grande banheira cheia de espuma. Sentou-me cuidadosamente dentro dela e ajoelhou-se ao lado para me lavar as costas. Eu estava completamente vermelha.

- Já podes tirar o resto da roupa. Agora já não consigo ver nada.

Ainda mais vermelha, fiz o que ele disse. Ele ajudou-me a desapertar o sutiã e eu tratei do resto. Era constrangedor não conseguir fazer nada sozinha, quando na Terra tinha de fazer tudo sozinha.

No fim do banho Rin segurou uma grande toalha aberta á minha frente. Meteu-a à minha volta com cuidado e pegou em mim novamente ao colo para me levar para o quarto. Quando estava-mos perto da cama, ele tropeçou. Eu caí na cama e ele em cima de mim. A situação estava cada vez pior.

Cobri o meu rosto com a toalha. Ele pediu desculpa, levantou-se e foi para a cozinha. Também completamente corado. Quando acabei de me vestir ele voltou. Perguntou se podia ficar comigo aquela noite. Aceitei acenando com a cabeça. Sem mais nem menos abraçou-me outra vez e eu caí no sono.

2 comentários:

  1. Isso vai além de uma simples atracão é amor (mas acho que já disse isso -.-")
    Fico esperando o próximo capitulo :)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Sim já tinhas dito. :)
      É uma relação complicada.
      Sairá em breve :)
      Jinhos :3

      Eliminar