Por Detrás das Sombras #7
De pois daquele beijo fiquei sem reacção. E nos poucos
segundos em que a recuperei tentei afastar-me, mas ele não deixou e voltou a
abraçar-me como da última vez.
- O que estás a fazer? – Perguntei.
- A fazer a única coisa que posso, proteger-te. – Respondeu
sorrindo ainda mais.
Segurou-me nos seus braços ainda com mais força. Era
impossível conseguir sair dali. Não sabia o que fazer depois daquilo. “Porque
tinha de me acontecer tudo aquilo?”- Era o que pensava enquanto tentar ignorar
o facto de estar entre os braços de Rin, que ainda estava na sua forma humana,
e que não era assim tão mau estar ali.
- O que era aquela coisa que me atacou? – Perguntei sem mais
nem menos.
- É um neckros, andam sempre nas sombras e alimentam-se das
memórias dos humanos, e quando as memórias acabam alimentam-se do seu sangue.
Por isso, não voltes a fugir por aquela porta. Posso não estar aqui para te
proteger novamente. – Disse ele enquanto o sorriso no seu rosto se desvanecia.
– Eu também sou um deles.
- O quê? – Perguntei enquanto tentava sair dali
aterrorizada. – Larga-me.
O esforço foi inútil. Era impossível conseguir mover os seus
braços.
- Eu não te vou fazer mal. – Sussurrou enquanto me
acariciava a cabeça. – Eu vou proteger-te.
Aquelas palavras e aquele gesto meteram-me a chorar e muito
mais confusa do que já estava. O que seria aquilo que estava a sentir? Tinha de
arranjar maneira de me afastar.
- Preciso de um banho. – Era a única desculpa que tinha
arranjado para me afastar.
- Então vou ter de te mudar as ligaduras. – Respondeu. – E com
essas feridas vais precisar de ajuda. – O seu sorriso voltara.
- O quê? Mas… eu… - Corei imediatamente afastando-me
finalmente.
- Tem de ser. – Afirmou.
Aquele sorriso começava a irritar-me.
Rin levantou-se e foi buscar o que era necessário para que
não entrasse água na minha ferida, que ainda estava em muito mau estado.
Despiu-me a camisola e retirou-me as ligaduras velhas.
Trocar as ligaduras era sempre um processo muito doloroso para mim, aquela
mistura de ervas ardia muito quando entrava em contacto com a lesão. Após a
troca de ligaduras, Rin cobriu-me com a camisa novamente e foi preparar o
banho. O ardor demorava alguns minutos a passar.
Pouco depois ele volta para o quarto. O banho estava pronto.
Como ainda era difícil para mim conseguir movimentar-me, ele ajudou-me a
despir, deixando apenas a roupa intima. Depois levou-me para uma grande banheira
cheia de espuma. Sentou-me cuidadosamente dentro dela e ajoelhou-se ao lado
para me lavar as costas. Eu estava completamente vermelha.
- Já podes tirar o resto da roupa. Agora já não consigo ver
nada.
Ainda mais vermelha, fiz o que ele disse. Ele ajudou-me a
desapertar o sutiã e eu tratei do resto. Era constrangedor não conseguir fazer
nada sozinha, quando na Terra tinha de fazer tudo sozinha.
No fim do banho Rin segurou uma grande toalha aberta á minha
frente. Meteu-a à minha volta com cuidado e pegou em mim novamente ao colo para
me levar para o quarto. Quando estava-mos perto da cama, ele tropeçou. Eu caí
na cama e ele em cima de mim. A situação estava cada vez pior.
Cobri o meu rosto com a toalha. Ele pediu desculpa,
levantou-se e foi para a cozinha. Também completamente corado. Quando acabei de
me vestir ele voltou. Perguntou se podia ficar comigo aquela noite. Aceitei
acenando com a cabeça. Sem mais nem menos abraçou-me outra vez e eu caí no
sono.
Isso vai além de uma simples atracão é amor (mas acho que já disse isso -.-")
ResponderEliminarFico esperando o próximo capitulo :)
Sim já tinhas dito. :)
EliminarÉ uma relação complicada.
Sairá em breve :)
Jinhos :3