57 – Convite ou
armadilha? Um café na esplanada!
Ao encarar aquela
situação Cátia não sabia se ria ou chorava. Ana estava sentada num banco com
Eustass Kid encostado a uma árvore de um lado e Roronoa Zoro encostado ao banco
do outro. A pequena parecia estar entre uma colisão de auras e os seus olhos
suplicavam para que alguém a viesse socorrer e depressa.
O instinto de
sobrevivência da aluna de história dizia-lhe para fugir antes que dessem pela
sua presença mas a sua razão falou mais alto e com um suspiro com múltiplos
significados ela avançou.
Assim que pôs os
olhos na amiga, Ana saltou do banco com uma expressão aliviada. Finalmente a
sua salvadora chegara.
Nos primeiros
instantes ninguém falou. Na verdade em vez da tensão se aliviar ainda piorou
com a aura de Cátia a juntar-se às outras duas que já colidiam.
Parece que afinal
teria mesmo de ser Ana a salvar o momento e impedir um desastre.
- Senpai,
conseguiste saber alguma coisa? – A voz da pequena pareceu acalmar a situação,
pelo menos temporariamente.
- Sim. Já sei quem é
o homem que procuramos. – O olhar da rapariga volta-se para Ana.
- Temos hipóteses?
- Talvez. Sempre
temos o facto de que ele precisa de nós a nosso favor.
Uma ou duas veias
começavam a saltar da testa dos dois homens. Não só estavam a ser completamente
ignorados como visivelmente deixados fora da conversa. Especialmente Zoro.
Kid é o primeiro a
agir agarrando em Ana trazendo-a para mais perto de si num abraço:
- Então gatinha, não
vais contar-me o que realmente se passa? Eu até vim contigo para te ajudar.
Antes que alguma das
raparigas pudesse responder àquela descarada provocação, Roronoa encosta a
lâmina de uma das katanas ao pescoço de Eustass.
- E se largasses a
minha aluna? Não queremos problemas com os encarregados de educação não é?
Em algum momento
aquilo havia se transformado numa guerra com reféns. Enquanto a lâmina de aço
brilhava, o braço em torno do pescoço da aluna de culinária apertava e ambos os
homens estavam a usar haki.
Cátia, já bastante
furiosa, tinha duas escolhas. Apelar ao diálogo ou pela força. Sendo que pela
força teria de revelar a um certo alguém que era uma usuária.
Enquanto se debatia
em pensamentos, Ana foi mais rápida e apenas mordeu a mão a Kid obrigando-o a
largá-la.
- Pirralha maldita…
– O ruivo fervia de raiva agora.
A usuária da neko
neko no mi esconde-se atrás da sua senpai. Desvantagens do instinto felino.
- Cavalheiros,
talvez seja melhor tomar-mos um café enquanto conversamos. – Sugere Cátia
apontando para uma esplanada a alguns metros do sítio onde se encontravam.
Um lugar publico e
com muita gente seria o melhor para evitar que os dois supernovas se matassem
ali.
***
Na Mugiwara Academy
tudo se encontrava calmo para além do barulho que vinha das obras da reparação
da parede.
A sala de
professores encontrava-se mais vazia que o costume. Franky e Usopp trabalhavam
nas reparações, Zoro havia desaparecido à umas horas atrás e Chopper ninguém
sabia dele. Brook também se tinha escondido num sitio qualquer com medo de
desconfiarem de alguma coisa e o pressionarem. Não queria receber a ira de Zoro
se o espadachim descobrisse que contara o que sabia aos outros. Até tinha
arrepios de pensar nisso, apesar de ser apenas osso.
- Não acham que se
passa qualquer coisa? – Pergunta Nami aos três professores com ela. Na verdade
mais para Sanji e Robin porque Luffy dormia pesadamente em cima da secretária.
- Agora que falas
nisso também notei. – Concorda Nico Robin fechando o livro que lia.
- Mesmo? Não reparei
em nada. – Fala Sanji confuso.
- Nem na explosão
Sanji-kun? Ou achas que aquilo é normal? – A professora de geografia encarava-o
seriamente.
- Bem…
- A Nami-san tem
razão. Além disso o médico-san e o espadachim-san desapareceram do nada. – Diz
a arqueóloga pensativa.
- Até o Brook anda
todo nervoso! – Acrescenta Nami batendo com a mão na mesa.
O barulho acorda
Luffy que ainda meio a dormir grita:
- CARNE!!!
***
O plano das
raparigas acabara por lhes sair pela culatra. Mesmo num local cheio de pessoas
a aura dos dois homens era tão amedrontadora que ninguém se sentava perto deles
num raio de mais de cinco metros.
- Ana-chi porque é
que os trouxeste? – Sussurra Cátia para a amiga.
- Não fui eu! O
ferrinhos colou-se a mim e o Zoro-sensei encontrou o papel da ameaça e veio
atrás de nós. Ainda bem que não trouxeste o Law-sensei.
- Ele teve uma
emergência no hospital. E duvido que ele quisesse vir connosco.
- Graças a Deus.
- O que é que vamos
fazer com eles? É mais provável que eles se matem antes de explicarmos o que
quer que seja.
- Estou mais
preocupada com o que o ferrinhos pode falar “antes de morrer”.
- Maldito
marimo-sensei! Que bela hora que ele escolheu para se fazer de professor
preocupado.
A aproximação da
empregada acaba com a conversa. A coitada da mulher quase teve um enfarte
quando pousou as chávenas na mesa. Pela cara dela tinha sido obrigada a ir até
lá já que mais ninguém se atrevia a aproximar-se. Apenas os sorrisos
compreensivos e amigáveis das duas alunas fizeram-na relaxar um pouco.
Quando a mulher se
retirou cada uma das raparigas se chegou para um dos homens entrelaçando um
braço num braço deles quebrando completamente a aura assassina.
Quem os visse
pensaria que eram apenas mais dois casais como tantos outros não fosse por
debaixo da mesa Ana encostar as suas garras afiadas ao abdómen de Kid e Cátia
apontar um punhal no mesmo sitio a Zoro.
As duas sorriem
inocentemente:
- E que tal
conversarmos agora onii-chan’s?
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