43 – O gang da
cidade! Salvando a amiga!
Quando Cátia chegou
ao portão da escola já não avistou Ana. Seria uma perda de tempo segui-la sem
saber para onde iria e muito possivelmente a aluna de culinária não quereria
conversar.
Com um suspiro a
rapariga regressa para o interior do edifício. Não havia nada a fazer naquele
momento por isso iria assistir ao resto das aulas do dia e depois pensaria o
que fazer para resolver o problema.
Enquanto isso Ana
caminhava sozinha e furiosa pelas ruas da Grand Line. Não acreditava no que
acontecera. Todos a acusaram, ninguém a defendeu. Nem Sanji e até Cátia ficara
calada. Sempre que se lembrava do ocorrido só lhe apetecia cortar Nami às
fatias. E aquelas garotas nojentas também não se iam safar sem umas belas cicatrizes.
Quando volta a dar
atenção ao que a rodeava apercebe-se de onde está. O território reclamado pelo
gang “Piratas do Kid”, liderada por Eustass Captain Kid.
Não adiantava dar as
costas agora. Com certeza já tinha sido notada. A sua suspeita é confirmada
quando algo começa a movimentar-se nas sombras e aquela voz tão peculiar se faz
ouvir:
- Isto é uma
provocação bola de pêlo?
- Do que é que estás
a falar?
- Não vais dizer que
não sabias que este era o meu território.
Ana não responde. O
que menos lhe apetecia agora era criar uma discussão com Kid.
- Estás com um ar
deplorável saco de pulgas. – Ironiza o rapaz com um ar afiado. – Acabou-se o
jogo do faz de conta?
- Achas que sabes de
tudo?
Eustass solta uma
gargalhada:
- O meu gang está
sempre aberto para ti.
- Tás a brincar!?
- Claro que não.
Vem. – Kid vira costas entrando por um beco e sussurrando para si. – Tudo para
irritar a Cátia.
***
Nasce a
quarta-feira. Ana acabara por passar a noite na sede do gang de Kid. Na verdade
não tinha outro lugar onde ficar, ir para casa e contar que tinha sido expulsa
estava fora de questão. Apesar de o seu pai possivelmente já saber.
Sentia-se um pouco
mal por não ter ligado para avisar Cátia, ela deveria estar preocupada, mas
ainda não esquecera que ela não a defendera.
Batem na porta do
seu quarto provisório. Um rapaz de cabelo louro comprido com um capacete entra.
A aluna de culinária lembrava-se de o ter visto com Eustass.
- O Kid pediu para
ires vê-lo.
Ana encara-o:
- Pediu ou mandou?
Ele não responde e
digna-se apenas a fazer sinal para que o siga.
Cátia acorda cedo. O
pouco que dormira não dera para disfarçar as olheiras. Aquela pirralha maldita
nem sequer ligara a avisar onde ficaria a dormir.
Mas porque raio é
que tinha de ser sempre ela a resolver os problemas?
Vestindo a primeira
roupa que encontra ela sai em direcção à sala de professores. Como praticamente
as relações entre eles já estavam um fiasco nem se deu ao trabalho de bater à
porta.
Os sete professores
encontravam-se lá, só Chopper que já saíra para a enfermeira e Luffy que fora a
uma reunião não estavam.
Eles observavam a
aluna à espera de uma reacção. Sanji encarava-a tristemente. Tinha as mesmas
olheiras que ela, talvez mais carregadas até.
- Nami-sensei.
A professora de
geografia espanta-se:
- Sim?
- A Ana foi expulsa
por tentar se defender por falarem dela pelas costas, se deixarem de falar dela
ela pode voltar certo?
- Bem, acho que sim.
- E vão parar de a
ignorar certo?
- Sim…
- Ótimo sensei, por
favor não se esqueça do que acabou de dizer.
Ninguém disse nada
enquanto a via sair. Todos haviam ficado com a sensação de que algo ia
acontecer, principalmente Zoro. Afinal Cátia envergava o mesmo olhar que ele
quando decidia fazer alguma loucura.
Sanji aproxima-se
dele arrastando-se:
- Né marimo, a
Cátia-chan vai trazer a Ana-chwan de volta não vai?
- Quem sabe.
“Só me preocupa o
método que ela vai usar para isso.”
Para o seu plano
funcionar Cátia teria de ser o centro das atenções, o que já acontecia na maior
parte das vezes, e fazer algo tão mau que todos se esquecem-se de Ana. Não se
importava de ser odiada desde que parassem de importunar a sua amiga. E para
tal acontecer precisava de o fazer num espaço cheio de pessoas, ou seja, na
cantina à hora de almoço. Outra coisa importante era tentar não mostrar que era
uma usuária, o castigo que receberia pelo que ia fazer e os boatos que se
espalhariam sobre si eram suficientes sem ter que se preocupar com os olhares
por ser portadora de uma akuma no mi.
Chega a hora de
almoço. Os alunos estavam todos na cantina, incluindo Cátia que se preparava
para o que aconteceria em breve.
Como ia ser
castigada de qualquer maneira aproveitou quando a rapariga que falara mal de
Ana passou por ela e deu-lhe um murro. A cantina congelou por completo.
- O…O que fizeste
maldita?! – Grita a garota escorrendo sangue da boca.
- Eu a ti ficava
feliz. Se tivesse sido a Ana nem uma plástica te faria voltar ao que és agora.
Ah, e não voltem a meter papeis nos nossos cacifos se quiserem continuar como
estão agora.
- Não serias capaz…
- Queres apostar?
Enquanto isso já os
professores se tinham aproximado para ir parar o confronto. Usopp vai até ela e
coloca uma mão no seu ombro a fim de a acalmar. Cátia sorri-lhe de forma
triste:
- Desculpe sensei.
E dito isto acerta
uma cotovelada em cheio na cara do professor de artes deixando a escola inteira
chocada.
Depois disso, tudo
aconteceu muito rápido. Numa tentativa de pararem a aluna todos os professores
juntaram forças. Lutar contra os Mugiwara era demais para ela. Foi numa
situação em que Nico Robin
conseguiu imobilizar a rapariga com o “Six fleurs” que alguém empurrou Roronoa
Zoro. O homem, que havia desembainhado Sandai Kitetsu para se defender de um
ataque perdido de Franky, desequilibrou-se e caiu para cima dela enterrando-lhe
a lâmina na barriga.
Um fio vermelho
começou a escorrer manchando a camisola. Tinha sido mais o esforço para
controlar a sua Logia e não mostrar que era feita de água do que a dor.
A cara de todos
estava horrível.
“Até aprece que vou
morrer.”
- Nami-sensei… Agora
já pode ir buscar a Ana…
A última coisa que
ouviu antes de perder os sentidos foi o grito de Zoro.
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