24.4.14

Mugiwara Academy: Capítulo 45


45 – Normalidade! A volta da calma!

Quando Chopper voltou à enfermaria e não viu a sua paciente ficou completamente chateado. Cátia ainda não podia andar por aí como quisesse mas a rapariga insistia em desobedecer às ordens do médico.

Na verdade ser trespassada por uma katana amaldiçoada não era exatamente confortável e a aluna de história percebia isso agora. Cada passo que dava era como um espinho a cravar-se na ferida.

Seguindo o caminho que Sanji indicara Cátia chega à parte de trás do ginásio da escola. Raramente ia lá alguém por isso era perfeito para quem queria estar sozinho.

Roronoa Zoro encontrava-se a treinar. Erguia pesos com um só braço, que pareciam ter 500kg, como se fossem feitos de algodão. A rapariga observou por algum tempo boquiaberta até que decidiu chamar a atenção para a sua presença.

Após tossir um pouco o professor olha para ela perdendo toda concentração e deixando cair os pesos com um estrondo. Eles encaram-se por momentos.

- Desculpe sensei, será que podemos falar?

O homem consente pegando uma toalha para limpar o suor.

Os dois sentam-se num banco lá perto.

- Estás bem? – Pergunta Zoro espantando a aluna com aquela reacção repentina.

- Já estive melhor mas nada que não passe. E o sensei?

- O quê?

- Não quero que se sinta culpado nem nada disso.

- O Luffy é que não vai gostar de saber.

A conversa morre ali. Nenhum dos dois sabia mais o que dizer para quebrar aquele clima.

A brisa fresca da tarde passava por eles trazendo o cheiro da erva e flores do jardim e consequentemente do sangue.

Zoro olha para a ligadura alojada na cintura de Cátia por segundos. Era possível ver o tecido médico pois Chopper cortara a camisola até metade.

- Dói?

A rapariga acena negativamente. Na verdade doía, doía muito. Ainda podia sentir o aço entrar na sua carne mas nunca iria dizer isso alto. Queria perguntar o porquê do professor ter gritado desesperadamente quando a feriu mas as palavras simplesmente não saíam. E a situação estava a tornar-se estranha.

Enquanto isso o professor também estava envolvido nos seus próprios devaneios. Tentava desviar o olhar para qualquer lado mas acabava sempre encarando aqueles desenhos azuis na pela da sua aluna.

- Algo errado sensei? – Zoro quase salta do banco ao ouvir a voz feminina ao seu lado. Fora descoberto.

- Hum, nada. O Chopper sabe que estás aqui?

Pela reacção da rapariga percebeu que não. Com certeza que a rena estaria furiosa. Ao mesmo tempo conseguiu desviar o assunto para não precisar de se justificar.

- Devias voltar para a enfermaria.

- Suponho que tenha razão. Nem parecemos nós.

O espadachim ergue o sobrolho perante aquela afirmação seguida de uma risada:

- O que queres dizer?

- Normalmente estamos sempre a discutir e a encarar-nos. É a primeira vez que nos sentamos a conversar.

- Preferes que estejamos a discutir?

- Acho que não.

- Achas?

Cátia estava para responder mas reparou que a resposta que estava prestes a dar poderia ser mal interpretada. Reorganizando as ideias, ia já para abrir a boca quando é erguida do banco e jogada num ombro felpudo como um saco de batatas, porém gentilmente.

Não foi preciso perguntar para perceber quem a carregava.

- Eu não te mandei repousar?! – Repreende Chopper olhando a rapariga por cima do ombro. – E tu Zoro, não devias incentivá-la. Tu és um professor!

E com isto o médico retira-se deixando o professor de educação física para trás com uma expressão confusa e a pensar em tudo o que acontecera.

***

Ana perdera a conta do tempo que ficara trancada na sala de professores a ouvir as recomendações/sermão de Nami. Sabia perfeitamente que não poderia criar mais conflitos e para piorar Kid não parava de lhe enviar mensagens para o telemóvel.

Assim que saiu deu logo de caras com Sanji que se encontrava encostado à parede a fumar um cigarro. Deveria ter ficado lá à sua espera.

Ignorando o cozinheiro a aluna passa por ele em direção ao dormitório.

- Ana.

A voz cortante faz a rapariga parar no meio do corredor. Parecia que o professor também não estava a gostar da atitude da sua aluna.

- Percebo que estejas magoada mas não achas que devias pelo menos olhar para mim?

O corpo de Ana quase petrifica. Sanji estava chateado, muito chateado. E a porcaria do telemóvel não parava de vibrar no seu bolso.

“Maldito ferrinhos!”

- Sensei…

A rapariga é interrompida pelo cozinheiro ajoelhando-se aos seus pés a chorar. A mascara de chateado não durava muito em Sanji.


Vendo aquilo nem Ana conseguiu manter a sua teimosia por muito tempo. Afinal aquele era o seu sensei.

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