49 – Perdidos e
achados! Liberdade!
Ana acabara de
falar. Estavam no quarto e a aluna de culinária encontrava-se a explicar a
razão de ter entrado no gang de Kid. Na verdade Cátia já esperava que o ruivo
tivesse usado algum truque mesquinho para convencer a pequena mas mesmo assim,
talvez por simples orgulho, não conseguia desculpar a amiga tão depressa.
Especialmente depois de a trancar nos balneários masculinos dos professores. Só
de se lembrar uma veia sobressaía na sua testa.
- Muito bem. Eu ouvi
o que tinhas a dizer agora tira-me isto. – Diz a aluna de história levantando
os braços para mostrar as algemas.
- Vais perdoar-me?
- Ainda vou pensar
no teu caso. Mesmo que não tenhas entrado no gang por vontade própria ainda há
o facto de não me teres contado.
- Eu sei, desculpa
senpai.
- Vá, tira isto.
A cara de pânico de
Ana foi rapidamente notada. Ela levava as mãos a todos os bolsos, despejava a
mala e carteira e depressa Cátia percebeu o que se passava.
- Ana-chi…
- Senpai, acho que
perdi as chaves das algemas. – Uma lágrima nascia no canto do olho da pequena
enquanto fazia um ar inocente.
Quanto à amiga,
emanava uma aura como se os portões do Inferno tivessem sido abertos.
- POR ISSO EU DISSE
PARA NÃO BRINCARES COM ESTAS MERDAS!
- De certeza que
caíram no caminho para aqui. Só temos de procurar.
- Como é que queres
que eu ande por aí assim?!
Depois de muita
discussão e de Ana quase levar com um duplo murro de kairoseki as duas saem
olhando cada canto do chão. Cátia vestia um casaco que dava para disfarçar as
algemas mas mesmo assim seria perigoso se se cruzassem com alguém.
Terminavam quase
todo o percurso que haviam feito quando vêem algo brilhar perto da porta do bem
dito balneário. A esperança volta a iluminar os olhos das duas, olhos esses que
praticamente caem ao aparecer um rapaz que apanha as chaves e as leva com ele.
Como se não
bastasse, o rapaz ainda vai até à secretaria entregar o objeto para os perdidos
e achados.
- E agora? –
Pergunta Cátia que estava escondida com Ana perto da secretaria.
- Boa pergunta. E
ainda está lá a Nami-sensei.
- Precisamos de um
plano de distracção.
A aluna de culinária
medita um pouco no assunto. Talvez tivesse uma ideia.
Com a sua akuma no
mi a rapariga transforma-se em gato e começa a miar no meio do corredor.
Depressa consegue chamar a atenção para si.
Todas as
funcionárias, incluindo Nami, saem para ver o “gatinho fofinho”.
Aproveitando, Cátia
entra discretamente dirigindo-se logo ao sitio que procurava. Estava quase a pegar
a chave da sua liberdade quando dá de caras com Nico Robin a encará-la.
- Robin-sensei, isto
não é o que está a pensar.
- E como sabes o que
estou a pensar?
- Tenho uma pequena
ideia.
Lá fora Ana podia
ver o que acontecia. Nunca imaginara que logo Robin estivesse lá também.
“Gomen senpai, tens
de te desenrascar sozinha. Também estou numa situação complicada aqui.”, pensa
enquanto é espremida contra os seios de Nami num afetuoso abraço.
- Eu podia dizer
muitas razões para estares nessa figura mas nenhuma delas é aconselhável para
ser referida numa escola. – Afirma Robin sem tirar os olhos da sua aluna.
- Com eu disse, não
é o que está a pensar.
- Realmente não me
interessa os fetiches de vocês mas deviam evitar fazer isso aqui.
- Sensei, não está a
ouvir-me… Podia dar-me a chave por favor?
Finalmente a usuária
da mizu mizu no mi vira-se livre daquelas algemas. Sentia-se como se tivesse
renascido, não fosse o olhar acusador de Nico Robin sobre si. Se a professora
tinha reparado o tipo de algemas que eram não demonstrou.
***
Só voltaram a
encontrar-se à hora de jantar. Ana parecia bastante cansada e não quis dizer o
que acontecera para se livrar de Nami.
O importante é que
estava tudo resolvido agora e podiam voltar aos dias calmos de sempre.
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